Sumarbrander

Na mitologia nórdica, a espada pertencente a Frey, um deus nórdico associado ao sol, verão e bom tempo, é retratada como uma das poucas armas capazes de lutar por conta própria. Quando Frey entregar a espada a Skirnir pela mão da giganta Gerda, ele morrerá no Ragnarok.

Frey pede a Skirnir para trazer Gerda até ele, pois desejava casar com a mulher. No entanto, o seu mensageiro exige sua espada, e Frey prontamente a dá. A perda da espada de Frey tem consequências a longo prazo. De acordo com a Prosa Edda, Frey terá que lutar contra Beli sem sua espada, o matando com um chifre. O resultado no Ragnarok, o fim do mundo, será muito mais grave. Frey está destinado a lutar contra o gigante do fogo Surtur e, como não tem sua espada, será derrotado.

on segunda-feira, 21 de novembro de 2022 | | A comment?

Brisingamen

É um colar da deusa da beleza e do amor Freya. Os poucos que o viram juraram que o artefato é o mais bonito sobre o qual já colocaram os olhos. Os anões Alfrigg, Berling, Dvalin e Grer são quatro irmãos mestres-ferreiros que forjaram o Brisingamen. Esse colar podia ser usado tanto no pescoço como também na cintura. Os quatro anões representam os quatro pontos cardeais, e o colar representa o conhecimento das forças ocultas.

Roubo do Colar por Loki

Freya teve o seu colar roubado por Loki. Ele se escondeu em Helheim, lugar onde os mortos ficam e somente os deuses podem ir e depois retornar. Lá escondeu a joia para que Freya nunca a encontrasse. Heimdall ficou muito abalado com toda a história, já que todas as almas partilhavam da tristeza de Freya e a escuridão estava em torno dela. Ele decidiu ajudá-la e juntos eles foram até  Helheim, recuperando a joia. Quando ela foi sair de Helheim, no entanto, Hela não deixou. Para que ela pudesse partir, ela teria que dar algo dela para Hela. Por não querer se livrar da sua tão preciosa joia, Freya fez um trato com Loki.

O contrato dizia que o Brisingamen ficaria durante seis meses com Freya Loki ficaria com ele durante os outros seis meses do ano. Enquanto Loki fica com Brisingamen, Freya fica angustiada e cai novamente em desespero, trazendo mais uma vez a escuridão a sua volta. Para esconder suas lágrimas, toda luz, toda vida e todas as criaturas se juntam a ela em seu terrível destino. Por isso que, na metade da roda do ano, quando Loki está com o Brisingamen, Freya fica desesperada, a escuridão desce e o mundo torna-se frio e gélido (inverno). Na outra metade do ano, quando Freya recebe novamente sua jóia, não há limites para sua felicidade, então a escuridão é substituída pela Luz e o mundo torna-se quente mais uma vez (verão).

Hringhorni

Hringhorni na mitologia nórdica, era o barco descrito pelo deus Baldur, como "o maior dos barcos". Há relatos de que o próprio Baldur, depois de assassinado pelo seu irmão Hod, foi transportado para o barco e, juntamente com a sua esposa Nana, ali cremados.

Loki

Loki é um deus da mitologia nórdica. É um deus da trapaça e da travessura e do fogo, também está ligado à magia e pode assumir a forma que quiser. Ele não pertence aos Aesir, embora viva com eles. É frequentemente considerado um símbolo da maldade, traiçoeiro, de pouca confiança; e, embora suas artimanhas geralmente causem problemas a curto prazo aos deuses, estes frequentemente se beneficiam, no fim, das travessuras de Loki.

Ele possui um grande senso de estratégia e usa suas habilidades para seus interesses, envolvendo intriga e mentiras complexas. Sendo um misto de deus e gigante, sua relação com os outros deuses é conturbada. Segundo as lendas nórdicas ele iria liderar um exército no Ragnarok. Entretanto, ele é respeitado por Thor. Ele também ajuda Thor a recuperar seu martelo Mjölnir, roubado pelos gigantes, obtém alguns dos artefatos mais preciosos dos deuses-como a própria lança de Odin, Gungnir, os cabelos de ouro de Sif e o navio mágico de Frey, Skidbladnir.

De acordo com algumas fontes, Loki é filho de Farbanti, um Jotun, (gigante de gelo) e Laufey, sendo irmão de Helblindi e Byleistr. Loki é casado com Sigyn e eles têm dois filhos, Narfi e Nari. Com a Jotun (gigante de gelo) Angurboda, primeira esposa de Loki, teve sua filha Hela, o lobo Fenrir e a serpente mundial Jörmungandr. Na forma de uma égua, Loki engravidou do garanhão Svaldifari e deu à luz o cavalo de oito patas Sleipnir.

A relação de Loki com os deuses varia de acordo com a fonte; ele às vezes ajuda os deuses e às vezes se comporta maliciosamente com eles. Loki é um metamorfo e em incidentes separados aparece na forma de um salmão, uma égua, uma mosca e possivelmente uma mulher idosa chamada Þökk (nórdico antigo 'obrigado'). As relações positivas de Loki com os deuses terminam com seu papel na engenharia da morte do deus Baldur e, eventualmente, o filho especialmente gerado de Odin, Váli, amarra Loki com as entranhas de um de seus filhos; esse filho, Nari ou Narfi, é morto por outro filho de Loki, também chamado de Váli. 

A deusa Skadi é responsável por colocar uma serpente acima dele enquanto ele está preso. A serpente pinga veneno de cima dele que Sigyn recolhe em uma tigela; no entanto, ela deve esvaziar a tigela quando estiver cheia, e o veneno que pinga nesse meio tempo faz com que Loki se contorça de dor, causando terremotos. Com o início do Ragnarök, é predito que Loki escapará de suas amarras e lutará contra os deuses entre as forças dos jötnar, momento em que ele encontrará o deus Heimdall, e os dois se matarão.


Lokasena

O poema começa com uma prosa introdutória detalhando que Aegir promovia um evento em seu salão para alguns deuses e elfos. No local, os deuses elogiam os serventes Fimafeng e alice, e Loki mata Fimafeng por não suportar ouvir aquilo. Em resposta, os deuses pegam seus escudos e atacam Loki, o perseguindo do salão até a floresta. Por fim, os deuses retornam ao salão e continuam a beber.

O fugitivo volta ao local, e encontra Eldir fora do salão. Começando o poema, Loki o saúda e pede que ele conte o que os deuses discutem desde sua ausência. Eldir responde que eles discutem suas armas e suas qualidades bélicas, e que nada amigável se dizia sobre Loki. O deus do fogo diz que entrará no evento, e que até o fim ele induziria discussão entre os deuses. Ele entra no salão, e todos se emudecem com sua presença.

Sedento, Loki clama que havia retornado de uma longa jornada para pedir aos deuses uma dose de hidromel. Chamando-os de arrogantes, ele questiona porque eles se calam, e exige que o encontrem uma cadeira, ou o expulsem do local. O deus escaldo Bragi é o primeiro a responder, dizendo que Loki não teria uma cadeira. Loki não o responde diretamente, mas direciona sua atenção a Odin, lembrando que nos velhos tempos Odin dizia que nunca beberia se a bebida não fosse trazida a ambos.

Odin então pede a seu filho Vidar que se levante, para que Loki possa sentar e parar de culpar os deuses presentes. O jovem se levanta e serve bebida ao convidado. Antes de beber, Loki pede um brinde aos deuses, exceto a Bragi, que responde que forneceria um cavalo, uma espada e um anel de suas posses para que não fosse mal visto pelos outros deuses. Ao acusar o argumentador, Loki ouve que, fora do salão Bragi teria a cabeça do inimigo como prêmio por suas mentiras. Ele responde que Bragi era bravo somente sentado, e que correria ao enfrentar um homem de espírito.

A deusa Iduna interrompe, pedindo que Bragi mate Loki naquele salão, em respeito à sua família. Loki pede que ela se cale, acusando-a, sendo respondido que ela gostaria de vê-los duelando. A deusa Gefjun concorda o motivo dos dois duelarem, e é respondida por Loki com nenhuma acusação.

Odin diz que Loki seria insano ao tornar Gefjun sua inimiga, tendo em vista que sua sabedoria com o destino dos homens seria tão grande quanto a do próprio Odin. Os dois então passam a trocar insultos sobre fatos do passado. Frigg, deusa e esposa de Odin, argumenta que o passado dos dois não deveria ser dito em frente aos outros, e Loki passa a insultá-la também, o que também acontece com Freya e Njord, entre outros.

Eventualmente, Thor chega ao local e manda Loki se calar, chamando-o de criatura maléfica e dizendo que com seu martelo Mjölnir o silenciaria. Os dois também começam a discutir, terminando o poema de Lokasenna. Por fim, há uma prosa detalhando Loki saindo do salão, transformando-se em salmão e se escondendo nas cascatas de Franangrsfors, onde os Aesir o capturaram. Loki é preso, e Skadi coloca uma cobra sobre sua cabeça, de onde passar a cair veneno. A esposa de Loki, Sigyn senta-se junto a ele e começa a coletar o veneno em defesa de seu esposo. Com o enchimento da vasilha, ela constantemente deixa o local para despejar o líquido, e durante esse período o líquido tóxico cai sobre ele, causando-o tamanha dor que toda a terra treme com o seu grito, gerando, assim, os terremotos.


Þrymskviða

Thor acorda e percebe a perda de seu martelo Mjölnir. Ele vai ao encontro de Loki, e os dois vão à corte de Freya. A deusa tinha uma capa de penas de falcão que lhe dava a habilidade de se transformar em pássaro e voar pelos diversos mundos. Loki lhe pede emprestado sua capa para poder procurar o objeto perdido, sendo atendido. Ele pega a capa e sai à procura.

Em Jotunheim, o gigante Þrymr está sentado e vê Loki chegando. Ele pergunta o que estaria acontecendo entre os deuses e os elfos para Loki estar sozinho naquele local. Loki responde que ele tinha más notícias para deuses e elfos, o martelo de Thor havia sumido. O gigante responde que havia escondido o Mjölnir debaixo da terra, e que o devolveria somente se Freya fosse trazida para se tornar sua esposa. Loki então deixa o local, e volta à presença dos deuses.

Thor questiona o sucesso da busca de Loki. Loki conta que o martelo está com Þrymr, mas que só seria devolvido se Freya fosse levada a ele para se tornar sua esposa. Os dois vão ao encontro da deusa e a pedem para se vestir de noiva, para que fosse a Jotunheim. Indignada, ela protesta com ódio, fazendo com que seu colar Brisingamen caia, e se recusa a fazer tal coisa. Como resultado, os deuses se reúnem para discutir o assunto. Heimdall sugere que Thor se disfarce e se vista de noiva e vá ao local, o que é rejeitado por Thor. Mas Loki apoia a ideia, dizendo que essa seria a única forma de recuperar o martelo. Ele argumenta que, sem aquele martelo, os gigantes poderiam invadir e se estabelecer em Asgard. Os deuses então vestem Thor como uma noiva, Loki se disfarça de mulher para acompanhá-lo como ajudante, e os dois então partem para Jotunheim.

Cavalgando juntos na biga levada por cabras, os dois chegam ao local. Þrymr comanda os gigantes em seu salão para prepará-lo para a cerimônia. No começo da noite, Loki e Thor encontram-se com ÞrymrThor come e bebe ferozmente, consumindo animais inteiros e bebendo muito hidromel. Þrymr estranha tal comportamento, mas Loki, sentado ao lado e percebendo a situação, desculpa-se e alega que "Freya" não havia comido por oito dias, tão ansiosa estava com o casamento. Þrymr levanta o véu e deseja beijar a noiva, mas nota os olhos raivosos encarando-o. Loki novamente se desculpa, dizendo que "ela" não havia dormido por oito noites ansiosa com o casamento.

Pede-se o presente de casamento, e os gigantes trazem o Mjölnir para santificar a noiva, e casar os noivos sob bênção da deusa VárThor fica muito feliz quando vê o martelo: finalmente recuperando-o, matando todos os gigantes presentes na cerimônia, e mais alguns no caminho de volta a Asgard.


Reginsmál

Loki aparece na prosa e no começo do poema de Reginsmál. A introdução em prosa detalha que enquanto o herói Sigurd era cuidado por Regin, filho de Hreidmar. Regin o conta que certa vez os deuses Odin, Hoenir e Loki foram às cascatas de Andvara, que tinha muitos peixes. Lá encontraram o Anão Regin, que tinha dois irmãos: Andvari, que se alimentava ao se transformar em peixe, e Otaro, que frequentemente ia ao local sob forma de lontra.

Enquanto os três deuses estão nas cascatas, Otaro (sob forma de lontra) pega um salmão e o come na beira do rio; ele morre quando Loki o acerta com uma pedra. Os deuses saúdam o ato, e pegam a pele da lontra para fazer uma bolsa. Na mesma noite, eles se encontram com Hreidmar (pai de Otaro) e o mostram suas capturas, incluindo a pela da lontra. Regin e seu pai identificam o ente que havia morrido, e Hreidmar exige que eles preencham a bolsa com ouro em troca da perda do filho.

Loki é enviado para essa tarefa, e se encontra com a deusa Rán, que o empresta uma rede. Ele volta à Andvara, onde captura Andvari com a rede – Loki é considerado o inventor da rede de pesca. Loki exige que o anão transformado em peixe conte onde seu ouro está, e vai a procura do tesouro. Ao obtê-lo, ainda falta mais uma peça. Apesar de perder tudo, Andvari ainda tenta ficar com seu anel, o Andvarinaut, mas Loki também o pega. Agora sob forma de anão, Andvari vai até uma pedra e amaldiçoa o tesouro perdido.

Loki retorna, e os três deuses dão o tesouro a Hreidmar, preenchendo a bolsa. Hreidmar olha o resultado, e nota que há uma minúscula parte não preenchida, o que força Odin a acrescentar o Andvarinaut. Loki diz que eles agora tinham posse do ouro, e que ele estava amaldiçoado, o que causaria a morte de Hreidmar e Regin. Hreidmar responde que se soubesse antes, ele os teria matado, mas age com desdém quanto à maldição. Por fim, o rei anão os expulsa e o poema continua sem qualquer menção a Loki.


Gylfaginning

A primeira referência a Loki no Edda em prosa está no vigésimo capítulo do livro Gylfaginning. Posteriormente, há uma descrição sobre o personagem. Ele é chamado "caluniador dos deuses", "origem da enganação" e "desgraça dos deuses e homens". Diz-se que seu nome alternativo é Lopt, que ele é filho dos gigantes Farbanti e Laufey, e irmão de Helblindi e Byleistr. Ele possui boa aparência, amigável, mas sua natureza é maligna. Ele é calculista e malicioso, mas também heróico. Muitas das suas proezas causam grandes danos ou ferimentos, mas geralmente ele é rápido o bastante para restaurar a ordem e evitar o desastre completo.

Sua esposa é Sigyn, com quem teve os filhos Nari e Narfi. Em outra época, foi casado com a gigante Angurboda, com quem gerou três criaturas monstruosas, assustadoras e maléficas: o lobo Fenrir, a grande serpente Jormungand e Hela, a deusa parcialmente decomposta do mundo dos mortos. Os deuses sabiam que os filhos eram criados em Jotunheim, e esperavam problemas deles devido à natureza de Angurboda, e principalmente a de Loki.

No capítulo 42, conta-se a história acontecida no começo da era dos deuses, quando eles se estabeleceram em Asgard e construíram a Valhala. Um construtor não identificado se oferece para construir uma fortificação aos deuses em troca da deusa Freya, o Sol e a Lua. Após algum debate, os deuses aceitam as condições, mas impõem algumas restrições ao construtor, incluindo completar o trabalho dentro das três temporadas seguintes sem a ajuda de qualquer homem. Eles eram fortemente contra as condições, ceder Freya estava fora de cogitação, mas Loki argumenta que o construtor não conseguiria tal feito, e, assim, o contrato seria quebrado. Em contrapartida, o construtor pede que possa ter a ajuda do seu cavalo Svadilfari. O animal consegue render extraordinariamente bem, carregando blocos enormes de rochas, o que surpreende os deuses. Os dois avançam rapidamente com os muros, e três dias antes do prazo do verão, o construtor está quase na entrada da fortificação. Os deuses se reúnem para discutir esse desempenho inesperado, que colocava em risco a própria natureza dos deuses, entrando em consenso que a culpa era de Loki.

Os deuses declaram que Loki merece uma morte horrível se ele não encontrar um plano para forçar o construtor a falhar no cumprimento do prazo, e o ameaçam. Com medo, ele jura que encontraria um meio para tal, custe o que custasse. Durante a noite, o construtor e seu cavalo se dirigem a outro local em busca de rochas, e da floresta surge uma égua, que começa a chorar. Devido a sua natureza, Svadilfari a segue, mas ela foge floresta a dentro. Essa busca continua por toda a noite, e o construtor é forçado a interromper o trabalho naquela noite, indignado.

Quando os deuses percebem que aquele construtor era um gigante da tribo dos hrímthurs, chamam Thor, que o mata com um golpe do martelo Mjölnir. A égua da floresta era o próprio Loki transformado, e algum tempo depois ele dá a luz a um cavalo cinza de oito patas. Era Sleipnir, considerado o melhor cavalo dos nove mundos. Loki oferece o animal à Odin para redimir sua culpa no caso.

No capítulo 44, relata-se o conto em que Thor e Loki estão cavalgando na biga de Thor levada por cabras. Eles param na casa de um camponês, onde são hospedados pela noite. Thor mata suas cabras, e as prepara para o jantar. Ele convida a família do camponês para compartilhar o alimento preparado. Durante a refeição, o filho Þjálfi chupa a medula óssea de uma das cabras, e quando Thor ressuscita seus animais, descobre que uma das cabras esta manca. Aterrorizada, a família camponesa compensa Thor o dando seus filhos Þjálfi a Röskva.

Com exceção das cabras, Thor, Loki e as crianças continuam a jornada até chegar na floresta de Jotunheim, onde continuam pela escuridão procurando por abrigo para a noite. Eles encontram uma construção imensa, e ficam por lá. Durante a noite, eles sentem abalos sísmicos no local, o que os amedronta, com exceção de Thor. Na realidade, a construção era a grande luva de Skrymir, que roncava durante a noite, causando os tremores. Ao saberem disso, os quatro fogem para uma árvore próxima.

Thor acorda durante a noite, e uma série de eventos ocorre em que Thor tenta destruir o gigante com seu martelo, mas Skrymir acorda a cada tentativa. Após a segunda tentativa, Skrymir o alerta que se ele agisse assim no castelo de Útgarðar, era melhor voltar naquele momento, pois os soldados do rei não aturariam aquela atitude. Eventualmente, Skrymir sai pela floresta, e os quatro viajantes continuam sua jornada até o meio-dia. Eles encontram um grande castelo e uma área aberta. O castelo é tão grande que eles devem se curvar completamente para ver o topo da construção. Na entrada há um portão, e Thor percebe que não consegue abri-lo. Juntos, os quatro conseguem abrir o portão, seguem pelo salão de entrada e observam dois grandes bancos onde sentam pessoas gigantescas.

Entre os gigantes eles identificam Utgarda-Loki, o rei do castelo, que se vira aos visitantes e os saúda, gracejando Thor. O rei Badu desafia os visitantes a alguns desafios, e Loki toma a iniciativa. Ele diz que nenhum dos presentes consegue comer sua comida tão rápido quanto ele, e nisso, um dos servos de Utgarda-Loki se apresenta. Inesperadamente, Loki perde. Em seguida, Thor é desafiado a um teste de bebida, e ele perde também. Em seguida, Utgarda-Loki desafia Thor a erguer a pata de seu gato, e Thor falha novamente. Por último, a velha ama do rei gigante, Eli, desafia Thor a uma luta, e vence. Thor e Loki saem do reino dos gigantes humilhados, porém são confortados mais tarde por um mensageiro, que diz a verdade sobre os desafios: Loki perdera para fogo selvagem, algo que a tudo devora; o chifre de hidromel de Thor havia sido conectado ao oceano, por isso ele nunca o terminava - embora o deus do trovão tenha bebido tanto que o mar sofreu um notável desnível; a pata de gato que Thor não pudera levantar era a imensa cauda da Jörmungard disfarçada por magia, enquanto Eli era, na verdade, a velhice, algo que nada nem ninguém pode vencer.

Noutro momento de Gylfaginning, há a descrição da morte de Baldur, a primeira duma série de eventos que levaria ao Ragnarök. A história possui um desfecho análogo ao destino de Loki no fim da Lokasenna, do Edda em verso. Baldur era conhecido por disseminar boa vontade e a paz, o que, junto com sua popularidade, irava Loki. Baldur, então, começa a ter pesadelos com sua própria morte. O sonho é considerado profético, e ele se deprime com seu destino, fazendo com que sua mãe exija que todos os objetos do mundo nunca façam mal ao filho. Todos exceto por um visco: Frigg o considerava muito irrelevante para tal, além de jovem demais para fazer qualquer juramento.

Loki se transforma em mulher e acaba tomando conhecimento dessa exceção conversando com Frigg, o que o motiva fazer uma flecha mágica de visco, e vai ao encontro dos deuses, que se divertem ao jogar objetos em Baldur e vê-los rebatendo ou desviando sem causar qualquer dano ao jovem. Loki dá sua lança ao irmão de Baldur, o deus cego Hod, que acidentalmente mata seu irmão. Outras versões sugerem que Hod não participava da brincadeira por sua condição. Disfarçado, Loki chega e oferece ajuda, lhe fornecendo a flecha e o levando-o a mirá-la no irmão. Por este ato, Odin e a gigante Rindr geram o filho Váli, que cresceria para punir Hod.

Segundo as tradições, Baldur foi cremado em seu navio, Hringhorni. Todos pesam a morte do ente próximo. Após pedido de Frigg, os presentes são avisados através do mensageiro Hermod que Hela prometeu libertar Balder do submundo se todos os objetos vivos pesarem sua morte, derramando uma lágrima por ele. Todos atendem o pedido, exceto a giganta Þökk, que se recusa a lamentar a perda desse deus. Por isso, Baldur deveria permanecer no submundo até o Ragnarök.

Quando os deuses descobrem que a giganta era ninguém mais que Loki sob disfarce, eles o perseguem e o prendem a três rochas. Eles prendem uma cobra sobre sua cabeça, que pinga veneno sobre seu rosto. A esposa de Loki, Sigyn evita que isso aconteça armazenando o veneno numa vasilha, mas de tempos em tempos ela era obrigada a retirar o objeto para esvaziá-lo. O líquido tóxico, ao cair sobre o rosto de Loki, causava-lhe tanta dor que a terra inteira tremia com seu grito, o que passou a se chamar terremoto. Eventualmente, Loki consegue se libertar a tempo de lutar contra os deuses no Ragnarök.


Skáldskaparmál

O Skáldskaparmál descreve que os filhos de Ivaldi são anões que, desafiados por Loki, construíram o navio mágico de Frey (Skidbladnir), a lança invencível de Odin (Gungnir) e os cabelos de ouro de Sif, substituindo, assim, os cabelos cortados por Loki (esse sendo o principal objetivo do desafio; após cortar os cabelos de Sif durante uma travessura, Loki fora obrigado pelo marido dela, Thor, a compensá-la por aquilo). Tais objetos eram muito apreciados pelos deuses, e certa vez Loki apostou com o anão Brokk a própria cabeça que seu irmão Eitri não conseguiria construir objetos com a mesma qualidade. Para atrapalhá-los, Loki se transforma em mosca, picando-os constantemente. Entretanto, mesmo com as dificuldades, essa competição resultou na criação do javali de Frey (Gullinbursti), o anel de Odin (Draupnir) e o martelo de Thor (Mjölnir).

Os deuses julgaram todos os objetos e consideraram as obras de Brokk ainda mais grandiosas que as dos filhos de Ivaldi, e ele ganhou a aposta. Perdendo, Loki foge após estar à mercê dos anões. Entretanto, a pedido dos anões ele é capturado por Thor e entregado aos irmãos. Mas Loki é astuto, e argumenta que, se sua cabeça for cortada, o seu pescoço seria danificado, e isso não fazia parte da aposta. Mas os anões se contentam em costurar seus lábios, pois eles julgavam que Loki falava demais. Ele consegue retirar o fio e fugir.

Raça Æsir
Familiares Farbanti (pai)
Laufey (mãe)
Helblindi (irmão)
Byleistr (irmão)
Angurboda (primeira esposa)
Sigyn (segunda esposa)
Narfi (filho)
Nari (filho)
Hela (filha)
Fenrir (filho)
Jormungandr (filho)
Sleipnir (filho)

Baldur

Baldur é filho do deus Odin e da deusa Frigg, e tem vários irmãos, como Thor e Váli. De acordo com Gylfaginning, a esposa de Baldur é Nana e seu filho é Forseti. Baldur mandou construir o maior navio já construído, Hringhorni, e não há lugar mais bonito do que seu salão, Breidablik. Baldur é marido da bela Nana, uma deusa benevolente e bela, que se atirou em sua pira funerária para habitar em Hel com seu marido. São pais de Forseti, uma divindade da justiça.

Ele é relacionado com a justiça e a sabedoria, e todos os deuses o louvam pela sua beleza.

A Morte de Baldur

Baldur disseminou a boa vontade e a paz em todos os lugares que visitou, o que fez dele um dos deuses mais amados. Sua popularidade e bondade inata atraíram a ira de Loki.

Um dia, Baldur passou a ser atormentado por estranhos pesadelos, um sinal de sua morte iminente, e isso acabou perturbando todos os deuses. Depois de muito investigar, Odin descobre das völva (sereias feiticeiras do submundo) o destino de Baldur e toma algumas precauções para evitá-lo, enviando Frigg com a missão de obter um juramento de todos os seres vivos e não vivos de que jamais fariam mal a Baldur. Porém, Loki se disfarça de mulher e tem uma conversa com Frigg, descobrindo que todos os seres, à exceção de uma pequena planta, o visco, prestaram juramento, pois Frigg a julgara pequena e inofensiva por esta ser ainda muito jovem.


Aconteceu então uma festa, na qual todos os deuses se divertiam atirando toda sorte de coisas em Baldur, que sempre se esquivava. Havia um comensal, porém, que não participava da brincadeira, Hod, o irmão cego de Baldur. Loki, disfarçado, pergunta a Hod por que ele também não participa da festa, e este responde que não sabia em que direção atirar. Hod então aceita a sugestão de Loki e atira uma flecha feita de um ramo de visco, atingindo Baldur no coração, que cai morto.

Frigg pede para Hermodr ir ao submundo trazê-lo de volta. Hela concorda, com a condição de que todos os seres vivos derramassem uma lágrima por Baldur. Mas a tentativa é novamente frustrada por Loki, que se disfarça da gigante Þökk e diz que não faria isso. Dessa forma, Baldur não pôde ser ressuscitado.

Raça Æsir Itens Mágicos Importantes
Familiares Odin (pai)
Frigg (mãe)
Nana (esposa)
Forseti (filha)
Thor (meio-irmão por parte de pai) 
Hringhorni

Týr

Týr é um membro valoroso e poderoso dos Æsir e patrono dos guerreiros e heróis mitológicos. Na mitologia nórdica, Týr sacrifica sua mão ao monstruoso lobo Fenrir, que a morde quando percebe que os deuses o amarraram. Prevê-se que Týr será consumido pelo cão igualmente monstruoso Garmr durante os eventos de Ragnarök.

Tyr é o deus da guerra, do combate, da coragem, do céu, da luz, dos juramentos e patrono da justiça, na mitologia nórdica. As características mais marcantes desse deus é a sua valentia e coragem. Já na esfera física, Tyr não tem a mão direita e sempre porta uma lança ou um cetro na outra mão. Além disso, realizou grandes feitos, sendo um deles causar a morte de Garm (gigante cachorro que protege os portões do reino dos mortos), durante o fim do mundo para a mitologia nórdica.

Tyr é filho do gigante Hymir, deus do Aesir e um dos deuses que residiam em Asgard. No entanto, ele também é considerado filho de Odin, uma vez que este é o pai de todos os deuses.

Týr e Fenrir

A narrativa mais famosa de Tyr é a que conta de que forma ele perdeu sua mão, após colocá-la na boca de Fenrir, um dos filhos de Loki, ao tentar ajudar a prender o animal. Para contextualizar um pouco mais a história, é importante pontuar que Fenrir, ao passo que envelhecia, ia se tornando mais feroz e crescia assustadoramente, ficando cada vez maior, o que causou preocupação aos outros deuses.

Por essa razão, os deuses resolveram manter Fenrir como um guarda do Reino dos Deuses. No entanto, seria necessário prender o lobo, para que ele não pudesse apresentar risco para ninguém. Assim, foi pedido aos anões que forjassem uma corrente resistente que não pudesse ser quebrada. Dessa forma, os anões usaram itens mágicos para fabricá-la. Após a corrente ter ficado pronta, Fenrir começou a desconfiar de que aquilo era estranho e, por isso, não aceitou que os deuses o prendesse. Então, o lobo fez um acordo que consistia em deixar ser acorrentado,  desde que um deles colocasse a mão em suas mandíbulas como garantia.

Nessas condições, apenas Tyr era corajoso o suficiente para fazer o que o lobo queria, mesmo sabendo que perderia a mão, quando Fenrir descobrisse o que os deuses queria o prender. Conforme o previsto, ao perceber que não conseguia sair das correntes, Fenrir arrancou a mão direita de Tyr.

Raça Æsir
Familiares Odin (pai)
Desconhecida (mãe)

Uller

É o Deus da caça, da justiça, do inverno e considerado o patrono da agricultura. Vive em Ydalir, sua casa. Uller é um excelente arqueiro e esquiador. É filho de Sif e enteado de Thor. Seu pai é o Jotun (gigante de gelo) Orvandil. A sua mulher é a gigante Skadi, que se divorciou de Njord.

Conta-se que o deus governou Asgard no lugar de Odin por algum tempo, que foi afastado pelos demais deuses por conta de um romance que teve. Mas o reinado de Uller foi pequeno e durou apenas dez anos. Odin retornou e expulsou o intruso. Após a sua expulsão, Uller voltou para a Suécia e lá ele conquistou a fama de um grande feiticeiro e mágico.

Raça Æsir
Familiares Orvandil (pai)
Sif (mãe)
Thor (padrasto)
Skadi (esposa)
Magni (meio-irmão por parte de pai)
Modi (meio-irmão por parte de pai)
Thrud (meia-irmã por parte de mãe)
Lorride (meia-irmã por parte de mãe)
Freya (enteada)
Frey (enteado)

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